CNC | TURISMO EM PAUTA Nº 47 | OUTUBRO 2021
O processo de amadurecimento da visão global sobre as implicações de ser “sustentável” passou por diversos marcos importantes nas últimas décadas. Entre eles, destacam-se a ECO 92, Rio+10 e +20; a Agenda 21; os Objetivos do Milênio (ODM) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2015-2030. Esses movimentos mobilizaram governos, sociedade civil e empresas, destacando a relevância do desenvolvimento sustentável como ideal para as sociedades humanas.
Nos anos recentes, o conceito de sustentabilidade tornou-se amplamente popular, mas frequentemente utilizado sem critério. No turismo, a sustentabilidade impacta não apenas as práticas empresariais, mas também a experiência dos turistas e o cotidiano das comunidades receptoras. Isso cria duas oportunidades principais: fortalecer negócios que adotem práticas sustentáveis e atender à crescente demanda de consumidores conscientes.
Atualmente, o setor turístico enfrenta um cenário de rápidas transformações impulsionadas pela tecnologia e mudanças de comportamento. Redes sociais, plataformas de compartilhamento e dispositivos móveis reconfiguraram as viagens e o acesso à informação. É essencial que o setor se adapte a essas mudanças, reconhecendo o turismo como uma ferramenta de inclusão social, valorização cultural e conservação ambiental.
O Brasil enfrenta o desafio de estruturar sistemas de governança no turismo, que envolvam gestores públicos, empresários e sociedade civil, promovendo planejamento integrado e estratégico. Políticas públicas bem estruturadas e governança eficaz podem valorizar decisões técnicas e estimular a conexão entre turismo e desenvolvimento sustentável.
Cássio Garkalns – Perfil
Cássio Garkalns, CEO da GKS Inteligência Territorial, é mestre em Turismo, especialista em Sustentabilidade e membro do Conselho de Turismo da Fecomércio-SP. Com mais de 25 anos de experiência, ele liderou o World Tourism Forum for Peace and Sustainable Development e leciona na pós-graduação em Gestão da Sustentabilidade na FIA/USP.
A discussão não é mais se os destinos turísticos devem ser sustentáveis e inteligentes, mas como escalar boas práticas e transformar isso no padrão do setor.
